Uma vendedora ambulante foi acusada de roubo ao fazer o check-out no hotel onde estava hospedada, em São João de Meriti, na Baixada Fluminen...
Uma vendedora ambulante foi acusada de roubo ao fazer o check-out no hotel onde estava hospedada, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Ela relata que revistaram sem autorização seus pertences e insinuaram que o objeto furtado estaria escondido nas partes íntimas da trabalhadora.
O caso aconteceu na quinta-feira (23/02), no ‘Hotel Principal’. A jovem Thamires de Souza e seu marido realizaram uma reserva no local para passar uma noite após um dia exaustivo de trabalho, na madrugada da última quarta-feira (22), por volta de 1h da manhã.
Segundo detalhes informados pela própria vítima, no momento do check-out, a hóspede foi acusada de roubar uma toalha de rosto. O caso piorou pela forma com que os funcionários do hotel abordaram a ambulante. Thamires atribuiu o caso à questão racial.
“Fui obrigada a abrir minha bolsa e tirar todos meus pertences. O filho do dono do hotel saiu metendo a mão e revistando minhas caixas sem pedir, e logo em seguida mandou eu ir a um quartinho pra ser revistada por uma funcionária. Eu me neguei pois sei dos meus direitos. Eu estava com pouca roupa, então ele disse que poderia estar nas minhas partes íntimas”, disse Thamires.
Ainda segundo o relato da ambulante, o funcionário em questão não satisfeito chamou o companheiro da vítima, Maicon Teodoro, ao quartinho e pediu para ele abaixar a bermuda para a nova revista. Mesmo sem nenhuma prova, o casal resolveu pagar pela toalha, no valor de 10 reais.
Constrangida com o ocorrido, a ambulante se dirigiu então à Delegacia de Polícia da região para solucionar o problema, mas não recebeu atendimento presencial. A informação recebida foi que o caso não era grave, tendo a realização do registro via internet.
Thamires de Souza conseguiu auxílio do advogado Washington Luiz, que acionou a Comissão de Igualdade da OAB e iniciou a assistência.
“Eu estou trabalhando honestamente na praia vendendo meus produtos, estou com várias queimaduras de sol nas costas pra levar o sustento pra casa e não estou aqui pra ser acusada de ladra. Será que ele me acusou por sermos negros ou porque somos vendedores ambulantes? Estou extremamente triste com ódio, me sentindo humilhada por ter passado por esse constrangimento. Fui a delegacia e nada aconteceu. Não fiquem calados quando algo assim acontecer grite, fale, procure seus direitos. Ninguém merece ser tratado como fui hoje”, reforçou a ambulante Thamires.
Via O Dia
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