As Paralimpíadas de Tóquio, que acontecem até o próximo dia 5, são inspiração para pessoas de toda parte do mundo. Em São João de Meriti, na...
As Paralimpíadas de Tóquio, que acontecem até o próximo dia 5, são inspiração para pessoas de toda parte do mundo. Em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, pessoas com deficiência aprendem diferentes esportes — algumas modalidades presentes na competição — em aulas com professores especializados, na Vila Olímpica da cidade. Entre eles está o jovem João Vitor Rodino, de 21 anos, que faz aulas de basquete, vôlei e bocha desde março.
— Nós fazemos desafios, e gosto de estar lá com os amigos — conta o jovem.
João está no espectro autista, e a mãe dele, a assistente social Maria Aparecida Rodino, de 62 anos, é uma grande incentivadora de que ele frequente o espaço para participar das atividades físicas.
— A qualidade de vida dele melhorou muito. Com a pandemia, todas as atividades que ele fazia pararam, então ele ficava muito agitado. Esse projeto melhorou muito o cotidiano dele, que interage muito com os colegas, e o estresse e ansiedade zeraram.
João frequenta as aulas para PCDs (pessoas com deficiência) duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, e também está acompanhando os Jogos Paralímpicos de Tóquio pela televisão.
— Gostei de ver que o Daniel Dias ganhou medalha. Gosto de assistir a natação, judô e basquete — diz.
O nadador brasileiro Daniel Dias conquistou, ontem, a sua 27ª medalha em competições paralímpicas. João também já fez natação, mas teve que parar com as aulas por causa da distância, como conta a mãe dele.
— Era em Mesquita. Ficava muito ruim levá-lo porque é longe. Depois disso ele começou a fazer judô na escola, mas a escola está parada agora.
O gosto pelos Jogos é tanto que a família esteve na cerimônia de encerramento das Paralimpíadas do Rio, em 2016.
Já o jovem morador de Anchieta, na Zona Norte do Rio, Ricardo Cezar Jacinto, de 15 anos, frequenta as aulas na Vila Olímpica há apenas um mês. A mãe dele, Adriana Jacinto, de 50, diz que o garoto se enturmou e está entusiasmado com os esportes.
— Agora até acorda cedo, antes não acordava. E ainda pede para acordar ele na hora certa toda terça e quinta. Ele gostou logo de cara, está adorando — diz a mãe.
Adriana também aproveita o espaço para se exercitar enquanto espera o filho:
— Está sendo muito bom e prazeroso, porque enquanto ele faz esporte, eu faço o meu, dou uma caminhada.
Antes de aprender capoeira no local, Ricardo fazia natação. Ele praticava o esporte desde os 6 anos de idade.
As aulas para pessoas com deficiência acontecem na Vila Olímpica de Meriti às terças e quintas-feiras, em dois horários: de 9h às 12h e de 14h às 17h. O projeto se chama “Esporte inclusão Meriti”, e começou no início deste ano após a revitalização do local. Entre as modalidades oferecidas estão futsal, basquete, atletismo, bocha e tênis de mesa. As aulas são gratuitas, e as inscrições podem ser feitas pela internet. A Vila Olímpica fica na Rua Milton, no bairro Grande Rio.
Via Extra
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