SÃO JOÃO DE MERITI - O pedido de reforço na segurança de São João Meriti durante o segundo turno foi aceito pelo desembargador Cláudio Brand...
SÃO JOÃO DE MERITI - O pedido de reforço na segurança de São João Meriti durante o segundo turno foi aceito pelo desembargador Cláudio Brandão, presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio(TRE-RJ). Além das forças de segurança do Estado, agentes das polícias Federal e Rodoviária Federal estarão na cidade no domingo. o Exército não foi acionado, segundo Brandão, por não haver tempo nem razões específicas para uso da tropa.
A solicitação foi feita pelo DEM e pelo candidato do partido à reeleição, o prefeito Dr. João Ferreira (DEM), que nos últimos dias se envolveu em uma confusão com o adversário, Léo Vieira (PSC), que foi além da política, indo parar numa delegacia, com ambos os candidatos trocando acusações.
Enquanto Léo Vieira acusa o atual prefeito de participar de um conluio com traficantes para impedir o acesso de sua campanha em alguns bairros da cidade, Dr. João sustenta que a milícia impôs medo e terror em eleitores, impedindo o acesso em áreas dominadas pelo grupo criminoso. Nesta quinta-feira, Vieira disse que passou a fazer corpo a corpo e ir a outras agendas de rua com colete à prova de balas.
— Primeira vez na minha vida que estou usando colete à prova de bala. Eles (supostos criminosos) começaram a ir na bandeira do 20 (seu número) falando que não podia, que era milícia, que ia acabar com o tráfico. E isso ficou geral. Ontem rasparam a cabeça de duas meninas da campanha. Proibiram a gente de ir lá. Hoje, na carreata que fiz, deram tiro, acho que para o alto, em represália à minha passagem. Tem área que agora eu entro só por causa do policiamento — afirmou Léo Vieira.

Terceiro maior município da Baixada Fluminense, com quase 600 mil habitantes, Meriti levará quase 380 mil eleitores às urnas no próximo domingo, em um clima nada amistoso. Pelas ruas, apoiadores que trabalham nas duas campanhas relataram um clima de tensão. Algumas meninas da equipe do Léo Vieira, afirmaram ao EXTRA que, após ameaças e intimidações, passaram a andar apenas com grupos maiores. Os eleitores, no entanto, parecem não ser afetados pelo clima de tensão, mas reconhecem a rivalidade entre os candidatos e a hostilidade entre as campanhas. Poucas pessoas sentiram desconforto ao falar sobre o assunto.
Em depoimento à Polícia Civil, Vieira disse que o prefeito, o presidente da Câmara de Vereadores, David Perini Vermelho (DEM), e o ex-vereador Cristiano Santos teriam intermediado o suposto acordo com o tráfico. Santos é irmão de Marcinho VP, um dos chefes da maior facção criminosa do estado, e, segundo a denúncia do candidato do PSC, teria costurado o acordo com o traficante, que cumpre pena em penitenciária federal fora do Rio de Janeiro.
Pedestres confirmaram ontem a uma equipe do EXTRA que percorreu a cidade que o policiamento já foi reforçado nas ruas, inclusive com a presença de carros blindados. A convite do TRE-RJ, os dois candidatos foram a um encontro com o presidente do tribunal, na quarta-feira, para serem comunicados oficialmente do reforço na segurança do 2º turno.
– Os dois se comprometeram a colaborar para que a eleição ocorra em clima de tranquilidade no município — disse o desembargador Cláudio Brandão.
O prefeito, o presidente da Câmara de Vereadores e o vereador de Belford Roxo Cristiano Santos sustentam que a campanha de Vieira está “desesperada” e estaria apelando para narrativas inverídicas diante da possibilidade de derrota. “O que está acontecendo com ele é um choro de perdedor”, disse Santos. David Perini complementou: “Léo está desesperado por que vai perder as eleições”. Perini se defendeu das acusações e afirmou que foi reeleito com votos dessas comunidades onde “tirou barricadas e libertou os moradores da opressão do tráfico de drogas”.
Dr. João também se manifestou através de nota e alegou que “não tem e nunca teve qualquer ligação com o tráfico de drogas ou com nenhuma atividade ilícita”. Ele lembrou do pedido de reforços na segurança e finalizou declarando que “o cidadão precisa ter liberdade para votar em quem quiser”.
O delegado Giniton Lages, diretor do Departamento Geral de Polícia da Baixada Fluminense, confirmou que as duas campanhas procuraram a polícia e que os relatos ilustram o que já estava sendo observado pelo serviço de inteligência do órgão:
— Já havíamos captado que o 2º turno seria mais acalorado. Vamos averiguar as informações que foram trazidas e se há crime eleitoral.
Via Extra
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