Em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, professores foram pegos de surpresa por uma redução no salário durante o período de pande...
Em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, professores foram pegos de surpresa por uma redução no salário durante o período de pandemia. Eles alegam que estão em casa dando aula, produzindo conteúdo e usando a própria internet. Com o desconto no salário, dizem não saber o que fazer para pagar as contas.
De acordo com o sindicato da categoria, o salário base dos professores foi mantido, mas algumas gratificações foram cortadas. Segundo a professora Raquel Lopes, a redução no salário de maio foi muito grande.
"Para minha surpresa, recebi o salário do mês com desfalque de quase R$ 1.600. A minha pergunta é por quê? Por que, senhor prefeito, esse corte criminoso sendo que a educação não parou? Esse corte fez uma diferença enorme no meu orçamento, que moro de aluguel. Creio que no orçamento de todos. Quem trabalha, não trabalha por hobby, conta com esse dinheiro no final do mês", reclamou a professora.
A professora Cristiane de Souza também disse que os descontos são muito altos. "Na última sexta-feira (15), nosso pagamento saiu com desconto que varia de R$ 400 até R$ 1.700. Isso é um absurdo, um desrespeito, porque estamos trabalhando e fazendo o atendimento às nossas turmas", disse.
Segundo os funcionários, a prefeitura não pagou o benefício da jornada extra de trabalho, no valor de R$ 1.300, regência de turma de R$ 300 e o vale-transporte de R$ 50. Além desses cortes, professores dizem que o triênio, que equivale a 10% do salário também foi descontado, este mês. Para alguns professores significa uma redução de R$ 130 a R$ 200.
Eles dizem que não foram comunicados previamente e nem tiveram uma explicação da Secretaria de Educação de São João de Meriti. A grande queixa é que não há motivos para serem descontados, já que estão trabalhando de casa, com recursos próprios, cumprindo o cronograma pedagógico recomendado para o período da quarentena.
A Prefeitura de São João de Meriti informou que o município encontra-se em estado de calamidade pública, financeira e sanitária reconhecido pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Em março, o município já havia decretado estado de emergência, com suspensão das aulas presenciais nas escolas. Além disso, o município tem um dos piores PIBs do estado e enfrenta uma queda brusca na arrecadação desde o início da pandemia.
Por tudo isso, a prefeitura determinou a revisão da folha de pagamento de todos os servidores para que se possa enxugá-la dentro da legalidade, assim como a revisão dos contratos, para que os não essenciais sejam reduzidos ou cancelados, com supressão de prêmio ou abonos, gratificações.
A prefeitura disse ainda que acionou a Procuradoria para resolver as dúvidas jurídicas quanto a algumas parcelas pagas a servidores que estejam em trabalho de home-office, inclusive o dos professores e diretores das escolas. O órgão tem até esta sexta-feira (21) para posicionar a prefeitura quanto aos pagamentos.
Via G1.
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