Inativos não acreditam em promessa do prefeito Foto: Cléber Júnior SÃO JOÃO DE MERITI - Um decreto do prefeito de São João de Mer...
Inativos não acreditam em promessa do prefeito Foto: Cléber Júnior |
SÃO JOÃO DE MERITI - Um decreto do prefeito de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, publicado na terça-feira passada, foi a saída encontrada por Dr. João Ferreira (PHS) para tentar quitar a dívida com os aposentados e pensionistas do município. Servidores inativos estão com seis meses de salários atrasados (abril, maio, outubro, novembro, dezembro e fevereiro).
A medida prevê a redução dos salários do prefeito, vice-prefeito, secretários e subsecretários em 30%. E um corte de 20% nos salários de comissionados nos cargos de superintendentes, coordenadores e cargos de chefia. Segundo o prefeito, o objetivo é cortar R$ 4 milhões da folha de pagamento do município:
— Não tem mais fonte. Há quatro meses, não recebemos uma emenda parlamentar e isso tem prejudicado nosso município, principalmente na área da saúde. Tivemos que fazer uma redução na folha de pagamentos, porque o atraso do salários dos nossos aposentados tem me perturbado e prejudicado a minha administração.
O corte vai atingir cerca de cem pessoas e é temporário, garante o prefeito, que acredita que a medida dure todo este ano. Caso não surta efeito, ele estuda reduzir o quadro de comissionados do município.
— Meu objetivo é zerar até o fim do ano todos os salários atrasados dos nossos aposentados. Assim que tivermos a situação mais ou menos equilibrada, voltamos à normalidade. Se não conseguirmos com este corte, vamos fazer exonerações, mas sem atrapalhar a máquina administrativa. Não vamos fechar nenhum serviço.
Com meses de salários em atraso, os inativos de São João de Meriti não comemoram a iniciativa do prefeito. Eles acreditam que o valor arrecadado pela prefeitura com os cortes não vai ser utilizado para quitar os salários deles em atraso.
— Estamos descrentes já. Ele já fez acordo e não cumpriu. Só vamos acreditar nesta história quando o dinheiro estiver na conta — afirma a pensionista Marilda Gomes Bernardino, de 62 anos, que sobrevive graças à venda de empada e artigos em crochê e a ajuda dos filhos.
Já o aposentado Francisco de Andrade, de 74 anos, chegou a pegar cesta básica para conseguir se alimentar.
— Esta economia vai direto para o bolso do prefeito. Trabalhei 35 anos para, hoje, viver como um mendigo. Tinha que ter uma Lava-Jato aqui em São João de Meriti — defende o aposentado.
Ano passado, os aposentados chegaram a ficar com quatro meses de salários em atraso. A prefeitura parcelou os meses de março, abril e maio em nove parcelas, mas só duas foram pagas. Atualmente, a dívida é referente aos meses de abril, maio, outubro, novembro, dezembro e fevereiro para a maioria dos inativos. Só os da Educação receberam o mês de fevereiro. Nem mesmo os inativos que conseguiram liminar para receber em dia, após entrarem com mandado de segurança contra o Município e o Instituto de Previdência dos Servidores Público da cidade (Meriti Previ), receberam seus salários.
O prefeito falou também sobre o débito com a Policlínica Grande Rio, que faz tratamento de hemodiálise no município em pacientes pelo SUS. Dr. João garantiu que, ainda esta semana, vai quitar a dívida com a clínica:
— Está entrando o dinheiro do PAB (Programa de Atenção Básica) e vamos saldar mais um mês e zerar a dívida.
Outro anúncio feito por Dr. João foi de um concurso público para a Educação. Ele disse que há um déficit de professores na rede.
Via Extra
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